quarta-feira, 16 de novembro de 2011

DEZ MODOS COMO NÃO COMPREENDEMOS NOSSOS FILHOS



1. Esperamos que nossos filhos sejam capazes de fazer coisas para as quais ainda não estão prontos.
Pedimos para um bebê ficar quieto. Pedimos para uma criança de 2 anos permanecer sentada. Pedimos para uma criança de 4 anos limpar seu quarto. Estamos plantando decepções para nós mesmos e para a criança, que será repetidamente incapaz de nos satisfazer. Ainda assim, muitos pais pedem para os filhos pequenos fazerem coisas difíceis até para crianças maiores. Em resumo, pedimos que as crianças parem de agir de acordo com sua idade.

2. Ficamos irritados quando a criança não faz o que precisamos.
Uma criança só faz aquilo que é capaz de fazer. Se uma criança não é capaz de fazer algo que lhe pedimos, é injusto e irreal esperar ou exigir mais, e a raiva só piora a situação. Uma criança de 2 anos só pode agir como uma criança de 2 anos; uma de 5 não é capaz de agir como se tivesse 10, uma de 10 não pode agir como um adulto. Esperar mais é irreal e fútil. A capacidade da criança tem limites, e não aceitá-los resultará em frustrações para ambas as partes.

3. Desconfiamos dos motivos da criança.
Se uma criança não é capaz de fazer o que precisamos, concluímos que ela está nos desafiando em fez de avaliar a situação do ponto de vista da criança, para descobrir qual é o problema verdaeiro. Uma criança "teimosa" pode na realidade estar doente, cansada, com fome ou com dor, reagindo a uma ferida física ou emocional, ou lutando contra algum problema ignorado, como uma alergia alimentar. Ainda assim, nós descartamos essas possibilidades em favor de pensar o pior sobre a personalidade da criança.

4. Não permitimos que as crianças sejam crianças.
Parece que esquecemos como era ser criança e esperamos que nossos filhos se comportem como adultos em vez de agir de acordo com sua idade. Uma criança saudável é rebelde, barulhenta, dispersiva e expressa suas emoções. Todos esses "problemas" não são problema algum, mas qualidades normais de uma criança normal. Na verdade o quê é anormal é a nossa sociedade, com suas expectativas de comportamento perfeito.

5. Invertemos a situação.
Esperamos ou exigimos da criança aquilo que precisamos - silêncio, um sono sem interrupções, atender nossos desejos e daí por diante. Em vez de aceitar nosso papel de pais e atender às necessidades da criança, esperamos que a criança atenda às nossas. Às vezes ficamos tão concentrados em nossas frustrações e necessidades insatisfeitas que esquecemos que se trata de uma criança, com necessidades próprias.

6. Culpamos e criticamos a criança por errar.
Mas as crianças têm muito pouca experiência de vida e é inevitável que errem. Erros fazem parte do aprendizado normal, em qualquer idade. Em vez de compreendermos e ajudarmos a criança, nós a culpamos, como se ela fosse capaz de aprender tudo perfeitamente na primeira tentativa. Errar é humano; errar na infância é humano e inevitável. Ainda assim, nós ficamos surpresos e decepcionados a cada erro, infração ou comportamento inadequado. Não faz sentido agir como se pudéssemos esperar um comportamento perfeito da criança o tempo todo.

7. Esquecemos que a culpa e a crítica podem ferir profundamente a criança.
Muitos pais tomaram consciência de que o castigo físico é errado e nocivo, mas muitos de nós esquecemos o quanto dóem as palavras de raiva, os xingamentos e a culpa, para uma criança que só pode chegar à conclusão de que errou.

8. Esquecemos como as atitudes amorosas são regeneradoras.
Caímos em círculos viciosos de raiva e culpa, em vez de parar e transmitir amor, confiança, auto-estima e segurança com abraços e palavras carinhosas.

9. Esquecemos que o nosso próprio comportamento é a lição mais importante para a criança.
O que a criança leva em conta de fato é "faça o que eu faço e não o que eu digo". Um pai ou uma mãe que bate no filho porque ele bateu em alguém, dizendo que bater é errado, na verdade está ensinando que bater é certo, pelo menos para quem tem autoridade. É dando aos problemas soluções pacíficas que os pais estarão ensinando seu filho a ser uma pessoa pacífica. Aquilo que costumamos chamar de problema é a melhor oportunidade para ensinarmos valores, pois as crianças aprendem melhor vivenciando as situações reais.

10. Vemos apenas o comportamento exterior e não as boas intenções da criança.
Quando o comportamento da criança nos desaponta, deveríamos, acima de qualquer coisa, "pensar o melhor". Deveríamos pensar que a criança está com boas intenções e que está simplesmente fazendo o melhor que pode perante as circunstâncias ( algumas evidentes e outras que desconhecemos), considerando o seu nível de experiência de vida. Se nós sempre pensarmos o melhor sobre nossos filhos, eles serão livres para dar o melhor de si. Se dermos só amor, amor é tudo o que vamos receber.

- por Jan Hunt, psicóloga diretora do "The Natural Child Project"

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